domingo, 7 de outubro de 2007

[leia] Saneamento: conquista própria da sociedade apodiense







Ruas de Apodi as quais os dutos de saneamento já chegaram.
Lagoas de captação de dejetos.


Flaviano Monteiro, presidente do Fórum das entidades, diz que essa é a atual grande conquista da sociedade civil organizada de Apodi.
Carlos Alberto explica as dificuldade da conclusão da obra devido a processos judiciais movidos pelos donos das terras por onde os dutos passam.

Representantes das 57 entidades que compõem o Fórum das Entidades de Apodi, estiveram reunidos no dia 16 de dezembro de 2003 com a governadora Wilma de Faria para reivindicar o apoio do governo no tocante ao saneamento e urbanização da lagoa de Apodi, projeto orçado em R$ 4,5 milhões. O prefeito José Pinheiro Bezerra assegurou R$ 300 mil para a primeira etapa da obra. Após ouvir a reivindicação dos representantes do fórum, Wilma de Faria se comprometeu a custear metade da obra. A governadora disse na reunião que faria essa obra porque ela é de seu interesse.

A obra ainda não está concluída, porém anda bem próximo disso. As dificuldades maiores se dão pelos proprietários dos terrenos que pelos quais os dutos atravessam. Parecem não perceberem que a conclusão da obra só beneficia Apodi.

Um saneamento eficaz é a meta de todas as cidades. Sua finalidade vai desde melhor qualidade na saúde, passando por preservação dos mananciais chegando a reutiliazação das águas que recebem o tratamento feitos nas lagoas de captação.

Com o início das obras do saneamento básico, nesta semana, a comunidade apodiense concretiza uma luta que começou em agosto de 2003, desde o surgimento do Fórum de Entidades Representativas. A sociedade civil organizada, desejosa dessa obra para cidade, uniu-se através de seus segmentos, incluídos nesse processo os poderes públicos municipais, num esforço conjunto em prol da salvação e revitalização da Lagoa de Apodi.

Houve mobilizações históricas em que todos os cidadãos participaram, direta e indiretamente, do socorro da Mãe da pobreza de Apodi, a Lagoa Provida. Como é sabido, este principal santuário natural que compõe a bacia hidrográfica do Rio Apodi/Mossoró tem sofrido drasticamente pela poluição, decorrentes da falta de uma educação ambiental efetiva da comunidade, de um programa de recuperação de sua mata ciliar e dragagem, e pela introdução de cerca de 80% dos esgotos da cidade em boa parte de suas águas.

A população, cansada de promessas e de acompanhar diariamente o menosprezo da Lagoa de Apodi, resolveu protestar e convocar os poderes públicos para discutir alternativas de proteção e recuperação de nossa Lagoa Provida.

Segundo a coordenação do Fórum de Entidades, no princípio a maior dificuldade foi envolver a sociedade para se conseguir o saneamento básico da cidade, obra esta, necessárias desde a chegada dos colonizadores em 1680, a qual teria minimizado a poluição da lagoa. Por todo este tempo, e, historicamente abandonada por falta de um planejamento de um desenvolvimento sustentável, Apodi tem um dos seus principais recursos naturais ameaçados, seu lençol aqüífero freático, de águas de excelente qualidade.


Reivindicação partiu das bases populares

Muitos não acreditavam que esta obra seria possível por se tratar de reivindicações que partiam das bases populares e da comunidade estudantil, dos professores, pescadores, agricultores, comerciantes, etc. Outros não acreditavam na conquista, por que estas lutas não estavam representadas e legitimadas por um deputado estadual do próprio município. Outra situação, um tanto desconcertante, é que o prefeito do município é adversário da governadora, poderia entravar qualquer iniciativa de execução. Já outros diziam que o custo do saneamento era muito alto.

O apoio de todos os setores da comunidade foi fundamental para a conquista da principal obra urbana da cidade. No dia 14 de novembro de 2003, dez mil pessoas saíram às ruas querendo o saneamento básico do município de Apodi.

Em dezembro de 2003, uma comitiva formada por todos os segmentos sociais, juntamente com a classe política local, foi até a Assembléia Legislativa onde pleitearam uma emenda no orçamento do Estado de 2 milhões de reais para o saneamento da cidade. Pela primeira vez na história da cidade, uma comitiva de Apodi chegava ao parlamento estadual em busca de recursos para o município oestano.

A emenda não foi aprovada, mas a governadora Wilma de Faria recebeu na semana seguinte uma comitiva menor e se comprometeu em iniciar o saneamento básico de apodi, em 2004.

O ano de 2004 estava acabando e mais uma vez a população saiu às ruas, e, novamente, esteve no fechamento do orçamento do Estado para 2005. Desta vez, foram os deputados que aprovaram por unanimidade a emenda de 2 milhões, sendo acrescida pela governadora para 2,8 milhões. Correspondendo a 35% do total.

Portanto, o saneamento básico de Apodi é uma conquista de todos. Por isso, quando as máquinas começaram a rasga o chão, várias pessoas estiveram no local acompanhando o início de uma obra que teve a participação de todos, e, é bom deixar enfatizar que a conquista foi uma vitória de todos os segmentos de Apodi.

É importante fazer justiça e registrar a participação dos deputados Federais Ney Lopes e Fátima Bezerra, além dos estaduais Getúlio Rego, Fernando Mineiro, Elias Fernandes e Ruth Ciarlini, e, principalmente, da governadora Wilma de Faria que, recebeu e atendeu a reivindicação da sociedade apodiense.

“Destacamos ainda o apoio fundamental da imprensa local e a de Mossoró, nos diversos meios de comunicação. Ajuda importante na construção da sociedade e no dever do exercício da cidadania plena”, finaliza Flaviano Monteiro, presidente do Fórum.

Fonte: Gazeta do Oeste, caderno cidades, 18/05/2006

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