quarta-feira, 14 de julho de 2010

[leia] Comitê

Fora da internet, na campanha das ruas, a onda vermelha também mostrou seus tons durante a inauguração do comitê central da candidata, em Brasília. Instalado num edifício com o sugestivo nome de "Vitória", localizado no Setor Comercial Sul, mesma região da sede nacional do PT, o comitê abrigará o comando da campanha e terá espaço para os partidos que integram a coligação “Para o Brasil seguir mudando” (PT, PMDB, PCdoB, PDT, PRB, PSB, PR, PSC, PTC e PTN).

Durante a inauguração, centenas de militantes fizeram a festa na rua em frente ao comitê, já que nem todos conseguiram entrar no prédio por causa do excesso de gente. Desde o começo da tarde, caixas de som tocavam o jingle criado pelo marqueteiro da campanha, João Santana, “Dilma, uma brasileira”. A rua foi tomada por militantes petistas e de partidos aliados, bonecos gigantes dos candidatos locais, como do deputado Agnelo Queiroz, que disputa o governo do Distrito Federal. Mas o enorme painel com a foto de Dilma, que ocupa todos os seis andares do prédio, não deixa dúvida quem é a dona da festa.

Ao discursar na inauguração, Dilma fez uma convocação à militância.“Aqui, nesse comitê, os partidos terão vez, mas quem também terá vez é esse povo aguerrido, que vai trabalhar para que nós não voltemos para trás”, disse Dilma, para a plateia que se aglomerou no meio da rua e nas calçadas. “Vamos juntos com a força do povo. Com a nossa força e todos juntos. Podem contar comigo. Eu vou contar com todos vocês.”

O candidato a vice-presidente, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que o público de Brasília era um dos mais animados que já tinha visto e que se orgulha de estar ao lado de Dilma nessa caminhada, assim como as mulheres do Brasil.

“O que eu quero dizer a todos é que eu tenho um orgulho extraordinário de partilhar essa campanha com a candidata Dilma Rousseff. As brasileiras estão animadas ao saber que uma mulher será presidente do Brasil”, afirmou Temer.

Segundo a petista, o país está preparado para ter uma mulher na Presidência da República. Ela disse se sente como uma mãe que cuidará dos brasileiros e avançará com a obra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Um dos maiores compromissos que eu carrego é garantir que um governo de uma mulher seja capaz de dar continuidade, levar pra frente e fazer cada vez melhor esse País. O presidente Lula me confiou essa missão. O presidente Lula me deu talvez a maior herança que alguém pode dar a alguém, me deu a missão de cuidar do povo que ele tanto ama. Eu vou cuidar desse povo com toda a responsabilidade fazendo com que não só continuemos, mas que sigamos em frente mudando", disse a candidata.

“Na minha infância eu quis ser bailarina, trapezista ou do corpo de bombeiros. Essa era a situação da minha geração, pois elas não podiam querer e ser presidentes”, disse. “A partir da minha eleição, as meninas poderão ter os mesmos sonhos dos meninos. Elas poderão sonhar em ser Presidentes da República”, completou.

"É um caminho em que brasileiros e brasileiras podem erguer a cabeça e dizer que não só conquistamos nosso lugar no mundo mas vão conquistar seu lugar no Brasil. É o momento em que uma mulher pode chegar, sim, à presidência da República porque todos nós fizemos por onde. Cada uma das pessoas aqui presentes e aqui nos escutando fizeram por onde", afirmou a candidata petista.

A ex-ministra também enfatizou a força do apoio político que sua candidatura tem. "Hoje estamos inaugurando a casa que vai ser o lugar onde vamos organizar todos os partidos que sustentam essa coligação porque nós somos uma coligação experiente. Aqui em cima (do palanque) estão partidos experientes, que não começaram ontem, pessoas que têm experiência de governo. Tivemos uma experiência conjunta por esses últimos 7,5 anos. Provamos que o Brasil podia trilhar um outro caminho, um caminho de desenvolvimento, um caminho de distribuição de renda, um caminho de melhor educação, um caminho em que a educação de qualidade e o respeito aos professores é a tônica", declarou Dilma, mais uma vez com ataques velados ao tucano José Serra e à gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Um grupo expressivo de dirigentes partidários, ministros do governo e políticos aliados esteve no local. O presidente Lula não compareceu à inauguração. Segundo o líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza (PT), não se pode banalizar a presença do presidente. “Lula tem que ser o fato político, e não arroz de festa. Por isso não pode vir em inauguração de comitê. Para que isso? Lula tem que fazer campanha própria", justificou Vaccarezza.


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