segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

[leia] Sociedade perde a paciência com o governo

Wilson Oliveira, Flaviano Monteiro e Gilvan Alves em reunião na barragem de Santa Cruz.

Barraqueiros, agricultores e pescadores do município se reuniram ontem de manhã, no balneário da barragem Santa Cruz, para definir um movimento de desagravo contra o que eles chamam de descaso do Governo do Estado pela ausência de investimentos no aproveitamento das águas. O movimento foi puxado pelo Fórum de Entidades Representativas da Sociedade Apodiense (FERSA).

O grupo pretende movimentar a classe política do Estado para se reunir, no próximo dia 27, na barragem, para discutir sobre os vários problemas que vêm assolando os moradores do Vale que esperam há anos pelos investimentos sociais. Para esse ato, estão sendo convidados representantes das bancadas estadual e federal, assim como a própria responsável pelo poder Executivo, governador Wilma de Faria (PSB).

Ainda ontem, o movimento manteve contato com a assessoria do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB), no sentido de assegurar a sua participação no evento. Segundo Flaviano Monteiro, presidente do Fórum, a assessoria deixou como certa a participação do senador, que pretende discutir acerca de uma emenda parlamentar superior a R$ 8 milhões exclusivos para investimentos nos projetos de irrigação da barragem.

Os trabalhadores irão montar um documento cobrando quatro projetos prioritários para o manancial: projeto de urbanização, que irá organizar todas as barracas de forma padronizada, oferecendo maior conforto aos banhistas e visitantes do balneário; implantação da estação de alevinos e do curtume para beneficiamento da pele de Tilápia; projeto piloto de irrigação de 230 hectares através de pressurização natural, utilizando o desnível da parede do açude e a estrada de acesso de 6,6km que liga a BR-405 até a barragem.

A equipe reclama do desinteresse do governo com a região do Médio Oeste, citando o volume de recursos utilizado em outras partes do Estado. “O governo investiu R$ 18 milhões na Ilha de Santana em Caicó e agora anunciou mais R$ 400 milhões para Mossoró. Nada contra, mas até agora a governadora não cumpriu nada que foi prometido para a barragem”, reclama o presidente da colônia de pescadores, Luis Marinho.

Barraqueiros irão fundar associação
Os barraqueiros que trabalham às margens da barragem Santa Cruz do Apodi definiram, durante reunião na manhã de ontem, montar uma associação do grupo para cobrar dos poderes constituídos as ações aguardadas até agora para melhorar a estrutura dos banhistas e visitantes.
Cada barraca gera em média 6 empregos diretos todos os finais de semana, num total aproximado de 42 pessoas trabalhando, fora os que trabalham de forma autônoma. Durante os períodos de maior movimento, final de ano, Natal e dias mais agitados, esse número cresce para pelo menos 60 ocupações.

Segundo o barraqueiro Erivaldo Nobre, por semana a barragem recebe um público aproximado de três mil pessoas de várias partes da região. “O forte mesmo são as pessoas de outras cidades. Vem até gente de outro Estado. O problema é a falta de estrutura que acaba desagradando parte dos visitantes”, argumenta.

Ele reclama da falta de investimento e critica os políticos estaduais que nada têm feito para resolver os problemas da barragem. “Quando a parede ficou pronta, não faltou pai para o projeto. Hoje, não aparece ninguém para aproveitar todo esse potencial e gerar oportunidade de emprego e renda para Apodi e região”, critica Erivaldo Nobre.

Para o presidente do Fórum, Flaviano Monteiro, a sociedade está perdendo a paciência com o governo por não entender os critérios de investimento com os recursos do Estado. “O governo deixa de investir em um lugar onde tem potência de geração de emprego e renda para milhares de pessoas, para investir rios de dinheiro em outras obras que só funcionam em épocas específicas ou viram elefantes brancos”, desabafa Flaviano Monteiro.

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