[leia] O Pessoal do Tarará encerra programação neste sábado no Teatro Municipal
O Grupo de Teatro “O Pessoal do Tarará” encerra neste sábado (24), às 20h, no Teatro Municipal Dix-Huit, a programação que iniciou desde a semana passada. Para assistir ao espetáculo “A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró”, as pessoas podem adquirir as senhas na Livraria Potylivros (antiga Café e Cultura). A programação tem apoio da COSERN, UNIMED, Supermercado Rebouças e Gráfica Rápida Creatoris Mater.
“A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró” é uma livre adaptação de um grande clássico do teatro: Cyrano de Bergerac, do francês Edmond Rostand (1868-1918), estreada em setembro de 2006, depois de um período de quase um ano de montagem.
Com adaptação e direção assinadas por Dionízio do Apodi, um dos fundadores do grupo, O Pessoal do Tarará privilegiou aspectos regionais, em seu espetáculo, o que fica claro com a presença de poesias do poeta mossoroense Antônio Francisco, e do saudoso violeiro, Elizeu Ventania, também nascido no Rio Grande do Norte. No entanto, a direção trabalhou, durante o processo de montagem, o encontro do “erudito” com o “popular”, tornando a peça regional e ao mesmo tempo clássica. Isto é facilmente notado no texto, na interpretação dos atores, no cenário, nos figurinos, e até nos instrumentos musicais.
A encenação retrata um espetáculo com elementos clássicos (como uma referência à cena da janela, de Romeu e Julieta) mas ao mesmo tempo transforma, o que no texto original seria um duelo de espadas, num “repente”, onde dois personagens participam de uma disputa na batida do “coco” nordestino.
A música feita a partir da literatura de cordel e das canções do violeiro Elizeu Ventania, ganha uma roupagem diferente, com o elemento erudito, já que se incorporam nos arranjos sons de violino e piano (eruditos), que misturam-se com zabumba, a sanfona e o triângulo (instrumentos do forró nordestino). E esta musicalidade serve para pontuar os climas do espetáculo, como resultado de um trabalho de pesquisa musical, desenvolvido pelo grupo.
“A Peleja do Amor no Coração de Severino” é o título da peça, longo, como nos famosos folhetos nordestinos onde o “Cego Aderaldo” disputava com um rival.
ROMANTISMO – A peça bebe no Romantismo, tendência que teve seu auge entre o final do século XVIII e o fim do século XIX, que deixa em evidência a emoção, o individualismo, e o sofrimento amoroso, principalmente. Por outro lado, também são fortes as referências aos antigos dramas circenses, da feira, da rua, da opereta.
O cenário é composto de cinco entradas, feitas por cortinas, e em formato arredondado, para dar a idéia de um circo, porém sofisticado. Os atores não usam as tradicionais coxias do palco italiano, mas aparecem pelas entradas, que ficam frontais à platéia. Outro elemento cênico importante é uma pequena escada com três degraus, que durante o espetáculo vai adquirindo outros significados, e formando símbolos. A escada serve para ajudar a mostrar os locais em que a cena acontece, servindo de tablado, trincheira, janela, jardim.
Nos figurinos, brilho, como nos circos. No entanto muita sofisticação, que é para tratar da falta de beleza, com a própria beleza. Os figurinos fazem uma referência à época de Cyrano de Bergerac, na França, mas também com traços nordestinos, potiguares.
SINOPSE - O espetáculo conta a história de Severino, que apaixonado pela sua prima Roxana, vê em sua falta de beleza (Severino é possuidor de um nariz extravagante) o maior empecilho para esta aproximação. Por outro lado, Roxana se aproxima de Severino e pede para que ele proteja Cristiano, um belo e jovem rapaz, por quem Roxana se diz atraída.
Ao se aproximar de Cristiano, Severino percebe que o belo rapaz não tem habilidade com as palavras, e aproveita para convencê-lo, de que os dois, juntos, poderiam conquistar o amor de Roxana. Severino com sua eloqüência, e Cristiano com sua beleza. Acesse: www.opessoaldotarara.com.br
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