segunda-feira, 26 de maio de 2008

[leia] Abertura econômica à cubana?

Posso até me enganar, mas um dos temas que nunca vi passar por este espaço foi Cuba. Provavelmente pelos sentimentos contraditórios que tal assunto desperta em muitos. Um histórico de posições políticas que se enquadram naquilo que se convencionou chamar de "esquerda" batia de frente com uma aversão a qualquer tipo de ditadura.

Com o fim de era Fidel Castro o futuro da ilha passou a contar com um maravilhoso grau de incertezas, além da possibilidade de observarmos e documentarmos o que pode ser uma transição pacífica e ordenada para a democracia sem perder os pontos positivos do atual regime.

De inicio temos as medidas anunciadas pelo novo presidente daquele país, o irmão de Fidel, Raul Castro. O mesmo governará com o objetivo de eliminar algumas restrições e proibições que outrora teriam sido consideradas necessárias, mas que agora já não são. A priori, Raul teria autorizado o acesso irrestrito da população a vários bens de consumo, especialmente aparelhos eletrônicos, como computadores, celulares, DVDs e de eletrodomésticos. Em seguida veio a liberação do acesso de cidadãos cubanos aos hotéis de luxo, antes reservados aos estrangeiros. Mas, à medida que certamente é a mais relevante do novo governo é a que foi anunciada há pouco tempo. Ela possibilita a cessão de terras estatais ociosas à iniciativa privada, de forma individual ou em cooperativas. Indubitavelmente essa medida foi uma das mais plausíveis, se observarmos a escassez de produtos agrícolas naquela ilha.

O fato desse ato de flexibilidade ter ocorrido logo após a saída de Fidel Castro do poder, a pesar de sua voz ainda ativa, demonstra que os setores do Partido Comunista Cubano (PCC, sem trocadilhos), que lutavam por uma abertura econômica estavam sendo postos conta a parede pela figura do Ex-Comandante. Ninguém jamais ousaria contrariá-lo abertamente em qualquer assunto, especialmente economia e política internas e externas. Já Raul parece ter consciência de que algumas coisas teriam que mudar, e seria melhor que isso acontecesse sob o olhar atento e vigilante do novo governo.

O primeiro passo já foi dado pelo novo líder, agora é esperar pra ver o que vai acontecer no campo político e econômico na pequena ilha caribenha. Provavelmente veremos os cubados apreciando um maravilho McDonald’s nos anos que se seguem. Mas a pergunta é: será que Cuba continuará a viver na utopia do socialismo, ou o capitalismo tragará o ultimo suspiro da antiga União soviética? A resposta para tais questões só poderão ser respondidas pelo tempo. Então, quem viver, verá.

Enviado por Bruno Coriolano de Almeida Costa

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