terça-feira, 18 de novembro de 2014

[leia] MEC lança Idioma Sem Fronteiras para alunos e docentes de Letras estudarem línguas no exterior

O Ministério da Educação (MEC) lançou nesta segunda-feira (17) o Programa Idioma Sem Fronteiras, vinculado ao Ciência Sem Fronteiras e voltado para alunos e professores de línguas que desejam elevar a proficiência em determinada língua. A medida foi publicada no Diário Oficial da União.

Veja aqui a portaria.

De acordo com dados obtidos pelo GLOBO junto ao MEC, serão sete línguas estrangeiras abrangidas: inglês, francês, espanhol, italiano, japonês, mandarim, alemão. Cada instituição brasileira que participar ganhará um “núcleo de línguas”, responsável por gerir a concessão das bolsas e ministrar cursos presenciais nos idiomas que comporão o programa.

Os núcleos também poderão aplicar testes de proficiência para estudantes que desejam obter um certificado. O portaria esclarece que o novo programa será custeado por dotação orçamentária da União, mas ainda não há valores exatos, uma vez que os editais serão lançados conforme a demanda e as parcerias que forem firmadas.

Alunos de qualquer disciplina de graduação poderão participar das aulas presenciais e on-line nos pólos das universidades credenciadas. Conforme O GLOBO apurou, o edital para o curso de francês pela internet será lançado hoje, onde estarão disponíveis 1,5 mil logins e senhas para usuários.

No entanto, só terão direito a bolsas de estudo no exterior os estudantes de licenciatura em Letras das línguas estrangeiras abrangidas no Idioma Sem Fronteiras. A ideia é que eles aprofundem o conhecimento imersos em países falantes da língua que estudam. Em contrapartida, os bolsistas ensinarão Português para estrangeiros e promoverão a cultura brasileira. A iniciativa já foi até batizada:

- O 'Português Sem Fronteiras' é nossa língua, nossa cultura. Existe uma procura muito grande pela nossa língua no exterior. Queremos suprir essa demanda e permitir a troca de experiências das línguas para promover a maior internacionalização do Brasil. Eventos como a Copa do Mundo mostraram que os estrangeiros precisam conhecer nossa cultura – disse a coordenadora do Idioma Sem Fronteiras, Denise Abreu e Lima.

INGLÊS SEM FRONTEIRAS CUSTARÁ 22,5 MILHÕES EM TESTES
 
Ainda segundo a portaria, a partir de agora, o programa Inglês Sem Fronteiras, lançado em dezembro de 2012, entrará agora debaixo do guarda-chuva do Idioma Sem Fronteiras apenas como uma das ações do novo programa. Até então, a iniciativa era a principal medida do MEC para elevar a proficiência de possíveis candidatos a bolsas do CsF.

Por meio do IsF, qualquer aluno de graduação de instituição pública de ensino superior pode inscrever-se no My English Online (MEO), plataforma virtual com aulas e exercícios de inglês gratuitos, oferecidos pelo governo federal. O site também se estende a instituições particulares de ensino, desde que o estudante tenha tirado ao menos 600 pontos no Enem. De acordo com dados da Capes, o MEO já tem mais de 500 mil inscritos.

Quem concluir as etapas do MEO e cursar disciplinas abrangidas pelo CsF poderá fazer gratuitamente a prova do Toel IPT, que avalia o nível de proficiência em inglês e é utilizada como parâmetro para as principais universidades do mundo.

De acordo com dados obtidos pelo GLOBO junto à CAPES, o Inglês Sem Fronteiras pretende custear cerca de 500 mil testes do Toefl IPT para alunos que queiram uma bolsa no exterior. Atingir uma pontuação mínima na prova é pré-requisito para o ingresso nas principais universidades dos Estados Unidos.

Cada teste saiu para o governo federal ao preço de R$ 45, bem abaixo dos R$ 410 cobrados aos candidatos pela empresa ETS, que faz a prova. Numa multiplicação simples, chega-se ao valor total de R$ 22,5 milhões que o Brasil pretende pagar para melhorar a fluência no inglês dos futuros bolsistas do CsF.

BRASIL MAL EM INGLÊS

No entanto, mesmo fazendo o dever de casa, o Brasil ainda está no nível "the book is on the table" quando a aula é de inglês. Foi isso que a presidente do Núcleo Gestor do Inglês Sem Fronteiras, Denise Abreu e Lima, e o vice-presidente, Waldenor Barros Moraes Filho, aprenderam durante o Language Education Innovation Forum 2014, promovido pela empresa EF Education First no começo de março, em Oxford. Em um dos painéis sobre as diferentes políticas de promoção do ensino de inglês no mundo, representantes de países emergentes como Turquia e o Cazaquistão foram convidados a apresentarem seus "cases" de sucesso. Denise e Waldenor mantiveram-se calados, apenas ouvindo os colegas.

O silêncio é compreensível, já que o Brasil ficou estagnado em novo ranking de proficiência em inglês produzido pela EF e divulgado na semana passada. No Índice de Proficiência em Inglês 2014 (EPI, na sigla em inglês), o país manteve-se na 38ª colocação de um total de 63 nações participantes.

A pontuação do país caiu ligeiramente, passando de 50,07 na edição de 2013 para 49,96 neste ano. Com esta nota, o Brasil ficou atrás de nações como Argentina, China e Peru. Na ponta de cima da tabela aparece a Dinamarca, com 69,3 pontos, bem superior aos 38,02 do Iraque, lanterna do grupo.

Para Luciano Timm, diretor de Relações Institucionais da EF Education First, a iniciativa do Idioma Sem Fronteiras veio ao encontro exatamente do que o relatório do EPI apontava para o Brasil, ou seja, ações de base voltadas tanto para o estudante quanto para o professor. Timm descreveu o programa como “louvável” e afirmou que os benefícios da medida serão sentidos nos próximos rankings feitos pela EF.

- O programa foca no ensino desde as primeiras séries, tanto no aluno quanto na capacitação dos professores, além de diminuir as barreiras para o intercâmbio e para internacionalização. Se não houvesse ações como essas, a estagnação do Brasil continuaria. Mas creio que já poderemos ver resultados concretos no próximo ranking, porque a mudança de metodologias pode produzir.

O EPI é realizado anualmente há três anos (antes, as edições eram divulgadas a cada dois anos). Os dados desta edição foram compilados a partir de exames de inglês feitos no ano passado por 750 mil alunos acima de 19 anos nos 63 países. Em quatro anos, o Brasil conseguiu elevar sua nota em apenas 2,69 pontos, saindo da categoria de proficiência em inglês de “muito baixa” para “baixa”.

Vi n'O Globo

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