segunda-feira, 26 de agosto de 2013

[leia] EDITORIAL: O Futuro Político de Rosalba

A quatro meses do encerramento do terceiro ano de sua gestão, a popularidade da governadora Rosalba Ciarlini cai a cada dia. Todas as pesquisas de opinião, produzidas para consumo interno e externo, apontam desaprovação acima de 80%. Até mesmo em Mossoró e região Oeste, principais redutos eleitorais da governadora, sua popularidade anda em queda e a rejeição ao seu mandata ultrapassa a casa dos 60%.
É possível afirmar que o processo é irreversível e que Rosalba Ciarlini não terá tempo suficiente nem condições para recuperar o prestígio perdido. Mantido o quadro atual, o projeto de reeleição está comprometido.
Mantido o quadro atual, de impopularidade e desaprovação recordes, a governadora vive uma situação muito parecida com a da jornalista Micarla de Souza na Prefeitura de Natal. Se quiser ser candidata nas próximas eleições a um cargo que não seja o de governadora, Rosalba terá que renunciar ao cargo até os primeiros dias de abril. É aí que começam as complicações.
Para ser candidata à deputada federal, Rosalba terá de mexer com os interesses do seu próprio grupo político. Com o apoio da prefeita Claudia Regina, que está ameaçada de cassação definitiva do mandato, a ex-prefeita Fafá Rosado quer uma vaga na Câmara dos Deputados. Betinho Rosado, cunhado da governadora, também deseja manter sua cadeira na Câmara.
Se a eleição para deputada federal é considerada mais simples e viável, o projeto de voltar ao Senado é tido como mais complicado. Rosalba teria de enfrentar uma parada dura, uma vez que a deputada federal Fátima Bezerra desponta como provável candidata a uma cadeira no Senado disponível nas eleições do próximo ano. Outros nomes  como João Maia e Wilma de Faria também são apontados como prováveis candidatos, dependendo das alianças e acordos partidários a serem fechados até o início de 2014.
Se para ser candidata a deputada federal Rosalba Ciarlini precisaria apenar unificar seu grupo político, para disputar uma eleição majoritária a governadora precisaria de uma base sólida, coisa que ela tem não hoje. O PMDB vai romper e será seguido pelo PR. Até mesmo no Democratas, a governadora tem problemas.
Se decidir ser candidata a deputada federal ou a senadora, Rosalba teria de renunciar ao governo. O seu substituto legal é o vice-governador Robinson Faria que tenta, há mais de dois anos, consolidar o projeto de candidatura ao governo. Sem tempo para mudar os rumos da administração, Robinson, em caso de renúncia de Rosalba, teria de arcar com o desgaste e a crise instalada no governo. Ficaria praticamente alijado da disputa pelo governo, numa situação parecida com aquela vivida por Fernando Freire em 2002.
Para complicar ainda mais a situação da governadora, informações que circulam no âmbito do Poder Judiciário apontam que já existem requisitos legais para pedido de intervenção no Governo do Estado. Um desses requisitos é o descumprimento, por parte do Estado, de decisões judiciais.
A menos de um ano do período das convenções partidárias e a menos de oito meses para o prazo final de desincompatibilização, Rosalba Ciarlini dá sinais de que tem seu futuro político comprometido. Se esboçar alguma reação no comando do governo, poderá ser candidata. Mas dificilmente disputará a reeleição.
Por causa da impopularidade pessoal e desaprovação do seu governo, Rosalba não terá condições de indicar um candidato à própria sucessão. Porque dificilmente alguém toparia se apresentar como candidato da governadora. Sem condições políticas e eleitorais viáveis, resta saber que rumos tomará a governadora quando 2014 chegar. Até lá, o seu governo, com duração legal até 31 de dezembro do próximo ano, poderá estar politicamente morto e eleitoralmente inviável.
do blogue do BV

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