[leia] Professor do campus Apodi justifica o movimento grevista dos IFS
"Como todos sabem, eu sou professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, recém transferido do IFPB. Embora meu vínculo atual seja de cerca de ano e meio, já fui substituto por dois anos no Campus Mossoró em 2007/2009, experiência por demais gratificante. Ando pelos Institutos Federais há quase quatro anos.
Já disse por algumas vezes, em outros posts sobre a temática da educação, que eu sou professor há 10 anos. Já ensinei em várias escolas particulares, na rede estadual e na municipal. Posso lhes dizer com segurança: Nenhuma rede de escolas do Brasil se aproxima do que é um Instituto Federal, nenhuma. Aliás, não sou nem eu quem diz isso, são os números.
Lá, os alunos têm a oportunidade de se depararem com situações que em nenhum outro lugar se deparariam. Os meninos e meninas dos IFs do Brasil aprendem cedo a organizarem seu tempo e a realmente estudarem porque sabem que lá só há um caminho para boas notas: estudo.
Os professores dos Institutos Federais, em regra, gostam de ensinar lá. Pelo menos pra mim, isso é um motivo de orgulho imenso. Eu valorizo o meu trabalho e o levo a sério. Por isso eu e meus colegas nos empenhamos o máximo para termos os conteúdos de cada matéria contemplados até o final do ano, só para citar um exemplo. De uma forma geral, buscamos, nós docentes, nos garantirmos de que os alunos, de fato, aprendam.
Nos IFs não há o assédio moral que há outras instituições. Por aí, alunos não estudam e passam sem preparo algum por que têm de passar, por que tem de se produzir números falsos para o MEC e para a sociedade. No IF isso não existe. Se o aluno passar, é por que estudou. O resultado disso é que a quase totalidade de meus ex-alunos hoje estão ou muito bem empregados ou fazendo faculdades superconcorridas em Universidades Federais pelo Brasil.
Isso que é um IF.
Eu não vou nem falar da estrutura de laboratórios, da inserção à pesquisa, das bolsas profissionais, dos projetos de extensão que desenvolvemos, não. Se eu for fazer isso, esse post ficará imenso.
Minha gente, no IF as coisas funcionam, educação existe e todos gostamos de participar da instituição.
Claro que há exceções, nem tudo é um paraíso. Nós que estamos lá sabemos das brigas que cotidianamente temos para não deixarmos a qualidade baixar. Educação no Brasil é assim, se não brigarmos muito, vira palhaçada.
Há dois anos, nós professores não temos aumentos em nossos salários. Nem em 2010, nem em 2011. Tampouco há previsões de aumento para 2012. Sabem o que isso significa? Defasagem. Se juntarmos as inflações de 2010/2011 e fizermos uma progressão para 2012, veremos que nossos salários perderam cerca de 20% do seu poder de compra. Sabe qual será o caminho se não nos mobilizarmos? Sucateamento, perda de qualidade do próprio ensino.
Eu gosto de ensinar no IF por uma série de fatores, mas, fundamentalmente, porque o salário é bom, claro. Bons profissionais têm de ser bem remunerados. Eu sei do meu trabalho e da importância que ele tem para a sociedade. Professores têm de ser bem pagos, isso é uma premissa da qual não abro mão.
Oficialmente estamos em greve a partir de hoje, 01/08/2011. Durante essa semana todos os Campus dos IFs do Brasil se reunirão e decidirão pela adesão ou não ao movimento de greve. De antemão já lhes digo que sou a favor e que eu entrarei em greve por tempo indeterminado, até que o governo federal se sensibilize e nos ofereça resposta."
Já disse por algumas vezes, em outros posts sobre a temática da educação, que eu sou professor há 10 anos. Já ensinei em várias escolas particulares, na rede estadual e na municipal. Posso lhes dizer com segurança: Nenhuma rede de escolas do Brasil se aproxima do que é um Instituto Federal, nenhuma. Aliás, não sou nem eu quem diz isso, são os números.
Lá, os alunos têm a oportunidade de se depararem com situações que em nenhum outro lugar se deparariam. Os meninos e meninas dos IFs do Brasil aprendem cedo a organizarem seu tempo e a realmente estudarem porque sabem que lá só há um caminho para boas notas: estudo.
Os professores dos Institutos Federais, em regra, gostam de ensinar lá. Pelo menos pra mim, isso é um motivo de orgulho imenso. Eu valorizo o meu trabalho e o levo a sério. Por isso eu e meus colegas nos empenhamos o máximo para termos os conteúdos de cada matéria contemplados até o final do ano, só para citar um exemplo. De uma forma geral, buscamos, nós docentes, nos garantirmos de que os alunos, de fato, aprendam.
Nos IFs não há o assédio moral que há outras instituições. Por aí, alunos não estudam e passam sem preparo algum por que têm de passar, por que tem de se produzir números falsos para o MEC e para a sociedade. No IF isso não existe. Se o aluno passar, é por que estudou. O resultado disso é que a quase totalidade de meus ex-alunos hoje estão ou muito bem empregados ou fazendo faculdades superconcorridas em Universidades Federais pelo Brasil.
Isso que é um IF.
Eu não vou nem falar da estrutura de laboratórios, da inserção à pesquisa, das bolsas profissionais, dos projetos de extensão que desenvolvemos, não. Se eu for fazer isso, esse post ficará imenso.
Minha gente, no IF as coisas funcionam, educação existe e todos gostamos de participar da instituição.
Claro que há exceções, nem tudo é um paraíso. Nós que estamos lá sabemos das brigas que cotidianamente temos para não deixarmos a qualidade baixar. Educação no Brasil é assim, se não brigarmos muito, vira palhaçada.
Há dois anos, nós professores não temos aumentos em nossos salários. Nem em 2010, nem em 2011. Tampouco há previsões de aumento para 2012. Sabem o que isso significa? Defasagem. Se juntarmos as inflações de 2010/2011 e fizermos uma progressão para 2012, veremos que nossos salários perderam cerca de 20% do seu poder de compra. Sabe qual será o caminho se não nos mobilizarmos? Sucateamento, perda de qualidade do próprio ensino.
Eu gosto de ensinar no IF por uma série de fatores, mas, fundamentalmente, porque o salário é bom, claro. Bons profissionais têm de ser bem remunerados. Eu sei do meu trabalho e da importância que ele tem para a sociedade. Professores têm de ser bem pagos, isso é uma premissa da qual não abro mão.
Oficialmente estamos em greve a partir de hoje, 01/08/2011. Durante essa semana todos os Campus dos IFs do Brasil se reunirão e decidirão pela adesão ou não ao movimento de greve. De antemão já lhes digo que sou a favor e que eu entrarei em greve por tempo indeterminado, até que o governo federal se sensibilize e nos ofereça resposta."
Raul Santos
3 Comentários:
Esse da foto não é o Raul Santos, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'
Esse ai é Elissandro :D
Só pra aclarar que a foto que aparece acima é do Professor Elissandro que esteve, ontem (25/08) na Câmara de Apodi para requerer uma audiência pública a ser realizada na próxima quinta (01/09). Raul, o que escreveu o texto, sou eu, também igualmente professor do IF Apodi.
Abraço.
13º Salário NUNCA Existiu...
Nunca tinha pensando sobre este aspecto. Brilhante, de fato!
Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente!
Mas há sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!
Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa.
Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o “pai dos pobres” e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso.
Porquê? Porque o 13º salário não existe.
O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem “capitalistas” ou “socialistas”, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.
Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.
R$ 700,00 X 12 = R$ 8.400,00
Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.
R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00
R$ 8.400,00 (Salário anual)
+ R$ 700,00 (13º salário)
= R$ 9.100,00 (Salário anual mais o 13º salário)
... e o trabalhador vai para casa todo feliz com o governo que mandou o patrão pagar o 13º.
Façamos agora um rápido cálculo aritmético:
Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem 4 semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.
R$ 700,00 (Salário mensal)
dividido por 4 (semanas do mês)
= R$ 175,00 (Salário semanal)
O ano tem 52 semanas (confira no calendário se tens dúvida!). Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.
R$ 175,00 (Salário semanal)
X 52 (número de semanas anuais)
= R$ 9.100,00
O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário
Surpresa!!
Onde está, portanto, o 13º Salário?
A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.
No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.
Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.
Daí que não existe nenhum 13º salário. O governo apenas manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual.
Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional.
13º NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO.
É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!
TRABALHE PELA CIDADANIA!
CIRCULE ISSO!
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