segunda-feira, 9 de novembro de 2009

[leia] Curtas

Pobre que gasta mais que rico
Os pobres do Norte e Nordeste já estão consumindo mais do que os ricos do Sudeste do país. Pelo menos em itens básicos, como cesta de alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza. Nos últimos 12 meses, até setembro, as classes D e E do Norte e Nordeste gastaram 5% a mais com esse tipo de compra do que as classes A e B do Sudeste (há um ano, a situação era oposta). De acordo com a manchete do Estadão, a mudança aconteceu por três motivos principais: a crise não afetou o bolso dos pobres, houve ganho na renda de quem ganha salário mínimo e a inflação em baixa. O jornal lembra que, embora em maior número, as famílias das classes D e E do Norte e do Nordeste têm renda agregada bem menor que a das famílias das classes A e B do Sudeste. No Norte e no Nordeste, há 6,9 milhões de lares que recebem até quatro salários mínimos (R$ 1.860) por mês, o que corresponde a 40% do total de famílias das classes D e E do país. Eles são os novos queridinhos da indústria e do comércio - desbancando a classe C, que até há pouco tempo era a mais cortejada.

A reforma que não reformou
Seis anos depois do início da reforma que pretendia melhorar o setor, o déficit da previdência dos servidores públicos vai encerrar o governo Lula em alta. Em 2010, ele deverá ser de R$ 48 bilhões. Era esperado que, com a reforma, o saldo negativo diminuísse ano a ano até 2011. Mas isso só aconteceu no primeiro mandato do governo Lula, informa a manchete da Folha (para assinantes). Outro objetivo da reforma que não foi alcançado era diminuir a diferença entre as cifras das aposentadorias pagas aos servidores e as que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) oferece aos trabalhadores da iniciativa privada. Desde 2003, o valor médio mensal pago a um inativo civil do Poder Executivo federal subiu quase 90% e chegou a R$ 5.355 em agosto último; no mesmo período, o benefício médio do INSS registrou uma elevação pouco acima dos 60% e atingiu o valor de R$ 707.

TCU limitado
As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou a paralisação de obras federais por irregularidades, estão sendo compartilhadas por um anteprojeto de lei, encomendado pelo governo federal, que prevê limitar a atuação do órgão. Pelo texto, elaborado por advogados nomeados pelo Ministério do Planejamento, segundo a Folha (para assinantes), o TCU fica proibido de decretar as chamadas medidas cautelares, por meio das quais suspende licitações e bloqueia repasses para obras quando surgem divergências com a administração ou suspeitas de possíveis irregularidades. Este ano, o TCU já baixou 124 medidas cautelares. Se aprovado, o anteprojeto, que está em consulta pública, será apresentado à Presidência da República, com os ajustes possíveis, e encaminhado ao Congresso. No documento, a comissão de juristas informa que o estudo, iniciado em 2008 e finalizado em junho, foi “elaborado com total autonomia científica, sem quaisquer interferências do governo federal” e atendeu “à constatação das autoridades do governo de que há um esgotamento no modelo atual da administração pública que tem gerado dificuldades para a ação estatal ágil e com qualidade no atendimento às demandas sociais e do mercado.”

Defesa dos colegas
O corregedor da Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), e o procurador parlamentar, Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), defenderam os deputados que passam no plenário às quintas-feiras apenas para assinar o ponto e, em seguida, correm para o aeroporto para ir para casa. A prática foi assunto de reportagem de O Globo no fim de semana. Ambos afirmaram que não há nada de irregular nisso, já que as votações que acontecem às quintas são fechadas em acordos. “Existe uma prática, que não é desta legislatura, de às quintas-feiras não se votar matérias polêmicas. São acordos, não serão alterados. Por que a presença em plenário?”, disse Carneiro.

Universidade terá que explicar
O Ministério da Educação vai pedir explicações para a Universidade Bandeirante (Uniban), que expulsou a aluna Geyse Arruda, de 20 anos, perseguida e xingada por um grupo de cerca de 600 alunos por usar um vestido curto. O caso aconteceu no dia 22 de outubro e Geyse teve de sair do prédio, em São Bernardo do Campo (SP), escoltada pela polícia. A secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dallari, afirmou que a instituição será notificada nesta semana, em processo de supervisão especial. “Uma universidade tem obrigação educacional que precisa estar presente em todos os momentos. É um local não apenas de convivência, mas de formação de valores. Esse caso me parece ter um forte caráter de gênero”, disse Maria Paula. “O MEC tem o dever de pedir explicações. Seria a mesma coisa em um caso de racismo.” A Uniban publicou nos jornais, no domingo, uma nota dizendo que fez uma sindicância interna e comunicando a expulsão de Geyse por “desrespeitar os princípios éticos, a dignidade acadêmica e a moralidade”. Ainda de acordo com a nota, Geyse, com sua atitude, provocou a reação dos alunos “em defesa” do ambiente escolar. A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, também vai pedir explicações. Ela afirmou que a escola demonstrou “absoluta intolerância e discriminação“. Com informações da ÉPOCA, Folha (para assinantes) e do Estadão.

Distração no trabalho
Os brasileiros gastam, em média, 23 minutos por dia, durante o expediente, em páginas da internet que não têm nada a ver com o trabalho. É pouco perto dos mexicanos, por exemplo, que gastam 84 minutos. O Valor Econômico conta que a discussão sobre o uso da internet no local de trabalho vem crescendo em todo o mundo, com empresas limitando o acesso de seus funcionários. O laboratório Eli Lylli, por exemplo, diz que a produtividade de seus funcionários caiu 30% por causa da navegação “fora de hora”. O desafio dessas empresas é grande, já que, ao mesmo tempo, marcar presença na web está se tornando indispensável para seus negócios.

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