[leia] PF investiga vazamento do Enem

A Polícia Federal vai investigar o vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, cancelada ontem pelo Ministério da Educação. As suspeitas recaem sobre a gráfica que imprimiu as provas e a distribuição, apesar de os dois homens que tentaram vender as 180 questões ao Estadão afirmarem à reportagem que o vazamento aconteceu no Inep, o departamento do MEC responsável pelo Enem. Ontem, o ministro da Educação, Fernando Haddad, deu uma entrevista coletiva em que disse que o prejuízo do vazamento será de mais de R$ 30 milhões. Haddad deu alguns detalhes sobre a segurança das provas, feita por um consórcio contratado por licitação, mas O Globo conta que, diferentemente do que foi anunciado em maio pelo próprio ministério, a Polícia Federal não foi acionada para garantir o sigilo das provas. O edital do Enem, liberado em junho, exigia a interação entre o consórcio e a PF. Se tudo der certo a partir de agora, o Enem deverá ser aplicado no início de novembro. O exame ocorreria neste final de semana e seu resultado seria usado na seleção para o ingresso em universidades estaduais, como a USP e a Unicamp, além de substituir integralmente o vestibular de mais de 20 universidades federais. As estaduais afirmaram que não vão mudar as datas de seus vestibulares - a nota do Enem precisa chegar à Unicamp, por exemplo, até o dia 30 de novembro para ser considerada na primeira fase - e não sabem mais se vão usar a nota do exame nas suas seleções. Depois da denúncia do Estadão, outros dois veículos de comunicação, a Folha (para assinantes) e o portal R7, afirmaram ter sido procurados por pessoas que disseram ter a prova. A eles, por dinheiro, também propuseram abalar a vida de 4 milhões de jovens.