sexta-feira, 5 de junho de 2009

[leia] Desertificação: A ameaça do deserto

Mais cruel que os períodos longos de estiagem, o semi-árido nordestino está sofrendo um processo de desertificação que se intensificou nos últimos 50 anos. O solo vai perdendo a cobertura fértil e, aos poucos, torna-se estéril. Restam areia, rochas, algumas plantas esturricadas sem potencial econômico e enormes erosões. As áreas com algum tipo de comprometimento hoje no país somam 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Isso representa 15,7% do território nacional, onde vivem cerca de 32 milhões de habitantes, mais de 18% da população.

Levantamento do Ministério do Meio Ambiente, traz o primeiro diagnóstico feito sobre a desertificação no Brasil. Quatro regiões foram classificadas como núcleos desertificados: Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (RN) e Cabrobó (PE). São áreas onde a situação é alarmante. Ali, a aridez avançou a passos largos e pequenos desertos já podem ser vistos. Reunidas num só espaço, tais regiões formariam uma mancha quase do tamanho do estado de Sergipe.

“É um cenário assustador, que mostra o quanto a degradação ambiental pode afetar a natureza”, lamenta José Roberto de Lima, coordenador do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente. Ele destaca que, num período de 40 a 60 anos, sem um trabalho de paralisação do processo, podemos ter o clima árido, no lugar do semi-árido. Daí surgiriam grandes desertos. Não como o Saara, na África, ou o Atacama, na América do Sul, mas tão improdutivos e avessos à acomodação humana quanto esses.

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