segunda-feira, 19 de maio de 2008

[leia] Mudanças na ortografia abrem mercados no Brasil

O mercado editorial brasileiro vai lucrar com as mudanças na ortografia da língua portuguesa. É esta a conclusão de uma palestra na Câmara Brasileira do Livro. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa prevê a padronização do português utilizado nos oito países que falam o idioma, informou o site InfoMoney.

Mais de 120 profissionais do setor assistiram à apresentação do assessor especial do MEC (Ministério da Educação), Carlos Alberto Xavier, que traçou um panorama histórico do acordo e explicou que a finalização das mudanças depende, agora, somente da aprovação do governo português.

A partir de daí, o MEC deve publicar um decreto para implantação das novas regras ortográficas. 'A estimativa é de que o decreto seja publicado até o mês que vem e entre em vigor a partir de janeiro de 2009. Haverá um prazo de três anos de adaptação, período no qual as normas atuais e as definidas no acordo irão conviver'.

Os livros didáticos representam o principal segmento do mercado editorial brasileiro. Em 2006, o segmento alcançou a cifra de R$ 872 milhões, com cerca de 66 milhões de livros vendidos, o que corresponde a 41% do total do mercado. Para se ter uma idéia, somente no ano passado, o MEC comprou mais de 120 milhões de exemplares, que originaram R$ 882 milhões.

Na avaliação do MEC, o acordo deve contribuir para o ensino e a difusão da língua portuguesa no exterior, além de facilitar o intercâmbio cultural. Já para a presidente da CBL, Rosely Boschini, as mudanças abrirão as fronteiras para as editoras nacionais nos países de língua portuguesa.

'O acordo será uma oportunidade para a expansão do mercado no exterior. Além disso, as novas regras podem resolver um antigo problema das editoras: o de ter que adaptar os livros produzidos aqui para o português usado nos diferentes países de língua portuguesa', destaca a executiva.

Acelerando a adaptação da língua
Como forma de acelerar o processo para adoção das novas normas ortográficas, o FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), órgão ligado ao MEC, publicou a Resolução nº 17, que autoriza as editoras a adequarem os livros escolares de ensino fundamental e médio às mudanças que serão implementadas pelo acordo, já a partir do ano que vem. Em 2010, todos os livros didáticos deverão estar de acordo com as novas normas.

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