[leia] Barragem de Upanema pode sangrar
O retorno das chuvas volta a preocupar as comunidades já atingidas, que estão suscetíveis a novas enchentes, caso os rios, Apodi e Umari voltem a subir como antes. Em alguns lugares já há registro de novos estragos: estradas estão ameaçadas de romper, açudes voltaram a arrombar e outros podem transbordar a qualquer momento.
Em Upanema a barragem Jessé Pinto Freire, abastecida pelo rio Umari, pode sangrar pela primeira vez desde que foi concluída em 2002. Segundo o soldado da Política Militar (PM), cabo Rosivaldo, um dos vigias da estrutura, está faltando apenas 55 centímetros para ocorrer a primeira sangria.
Ele disse que com as chuvas dos últimos dias o açude passou a tomar muita água. "As chuvas de maio estão sendo muito significativas para o aumento do volume de água, só na última semana o açude subiu mais de 50 centímetros", disse.
O engenheiro agrônomo do Terra Livre, André Teixeira, acredita que esse ano o manancial transbordará. "O inverno foi intenso e como continua chovendo a perspectiva é que a sangria ocorra sim esse ano", argumentou.
André disse que há uma grande preocupação, caso esse fenômeno venha a ocorrer, tendo em vista que o rio Umari é muito estreito, o que pode causar estragos e prejuízos para várias famílias.
"As comunidades de Umari, Tapera, Capim Grosso e até a zona urbana de Upanema podem ficar invadidas pela água, caso a sangria supere os 50 centímetros", calculou André.
Ele alerta ainda para que a prefeitura fique atenta para esse problema e evite que aconteça em Upanema a mesma situação de Apodi e Felipe Guerra. "Pelo que já foi feito acredito que a prefeitura deve agir rápido, porém é sempre bom verificar, uma vez que as proporções podem ser graves", finaliza.
Barragem
A barragem de Umari ou Upanema tem capacidade para 292 milhões de metros cúbicos de água. A obra foi concluída em 2002 durante o governo Garibaldi Alves Filho.
Açude arromba em Campo Grande
As fortes chuvas ocorridas essa semana causou estragos no município de Campo Grande. No começo da semana o açude da comunidade de Pitombeira arrombou carregando tudo que tinha pela frente. A força das águas acabou destruindo outros quatro açudes particulares de pequeno porte, aumentando ainda mais os estragos e causando preocupação para as comunidades e população.
Segundo o engenheiro agrônomo Caramuru Paiva, o desastre está provocando destruição e alagamento nas comunidades de Pitombeira, Ariosa e nas terras do agropecuarista conhecido como Dudu. O arrombamento dos açudes ameaça ainda romper um trecho da BR-226 entre Campo Grande e Triunfo Potiguar. A força da água já destruiu parte do acostamento e o trecho está bastante perigoso. Na entrada da cidade um bueiro ameaça romper deixando caso as chuvas continuem. Caso isso aconteça toda a população ficará ilhada.
Rio Umari sobe e volta a interromper RN-233
A RN-233, que liga Apodi a Caraúbas, voltou a ficar interrompida com o aumento do volume de água do rio Umari, em decorrência das últimas chuvas. O problema começou com a queda das cabeceiras de uma ponte que fica próxima comunidade de Sororoca.
Empresários de Apodi, prejudicados com a destruição da estrada, chegaram a fazer um desvio para evitar o retorno por Mossoró, porém com a volta das águas a ação paliativa foi arrastada.
Moradores das comunidades que são cortadas pelo rio voltaram a temer as inundações. Muita gente pensa em voltar para a zona urbana para se abrigar na casa de familiares.
A Defesa Civil também está em alerta e a população atenta para evitar que se cometam os mesmos erros do primeiro momento, quando mais de 1.050 famílias ficaram desabrigadas depois de perder tudo com as enchentes.
Foto: Thaisa Galvão
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