quarta-feira, 29 de abril de 2009

[leia] Após fim da farra aérea, Câmara prepara aumento salarial

Nenhuma medida “moralizadora” dentro da Câmara parece sair sem algum tipo de compensação. O escândalo do uso indevido de cotas aéreas pelos parlamentares foi encerrado ontem, com um ato administrativo da Mesa Diretora da Casa que torna as regras mais rígidas. Mas, ao mesmo tempo, a Mesa iniciou o processo de uma reforma que abre caminho para o aumento salarial dos deputados. Os vencimentos, hoje de R$ 16,5 mil, seriam equiparados aos dos ministros do Supremo, que recebem R$ 24,5 mil. Para evitar um novo desgaste político, diz o Estadão, a Câmara aplicaria o aumento provavelmente apenas em 2011, quando assumem os novos parlamentares. A preocupação dos líderes partidários é não provocar uma revolta no chamado baixo clero, que chiou contra os cortes nas passagens de avião. Como se fosse obrigação da Casa atender a todos os interesses de alguns de seus membros.

Quem denunciar abusos de deputados pode ser punido

Parece brincadeira, mas o assunto já foi tratado discretamente nas duas últimas reuniões de líderes na Câmara, como relata o Correio Braziliense (para cadastrados). Um grupo de parlamentares trabalha para tentar aprovar um projeto do deputado Paulo Maluf (PP-SP) que condena autores de ações civis públicas, especialmente membros do Ministério Público, a pagarem multa em valor 10 vezes superior às custas dos processos e até a detenção, caso a Justiça entenda que tenha havido má-fé, perseguição política ou promoção pessoal. A proposta de Maluf já passou por todas as comissões e agora espera para entrar na pauta de votações do plenário. Se aprovada, seria uma vitória para deputados que ficaram furiosos com a divulgação de seus abusos com as passagens aéreas, como se a culpa pelo escândalo não fosse, é claro, dos próprios autores da farra.

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