domingo, 27 de novembro de 2011

[leia] Leitor afirma que projeto de irrigação, da forma que foi feito, iria prejudicar os agricultores do Vale do Apodi


Como o Blog prima pelos dois lados da informação, eis a explicação de um leitor sobre o projeto de irrigação da Chapada do Apodi, suspenso aos 45 do segundo tempo, quando a presidente Dilma Rousseff estava prestes a autorizar o início das obras:
Boa noite Thaisa!
Parabéns pela publicação. Espero que este comentário seja postado, pois contém esclarecimentos importantes sobre o Projeto Santa Cruz Apodi.
Dessa vez parece que finalmente o povo foi ouvido! Há tempos que se tentava chamar atenção da mídia, mas sempre havia resistência em divulgar mais detalhes sobre esse assunto. Agora, após o cancelamento da assinatura da ordem de serviço de início das obras pela presidenta Dilma, foi que tudo começou a vir à tona.
Tudo começou a mais ou menos um ano, quando foi assinado um decreto pelo presidente Lula, autorizando a implantação do projeto de irrigação Santa Cruz Apodi/RN, que a priori se pensava que traria benefícios, mas, no entanto só causou polêmica, medo e insegurança ao povo da zona rural apodiense imposto pelo DNOCS, que insiste implantá-lo mesmo com quase 100% de desaprovação dos atingidos. Mas, a razão desse interesse demasiado é explicável, uma vez que o projeto custará aos cofres públicos R$ 280.000.000,00. O receio é: pode ser mais um elefante branco?
A questão é muito mais complexa do que se imagina. O DNOCS começou errado, quer executar um projeto sem medir as consequências da situação das famílias que serão desapropriadas, estas que são as protagonistas do projeto. Água, irrigação e desenvolvimento econômico todo mundo necessita e aceita, desde que as famílias pudessem opinar, participar do processo de discussão na elaboração do projeto, o que não foi feito, aliás, o próprio DNOCS admitiu em reunião. Agora, querem empurrar um projeto goela abaixo, sem definir a priori a situação desses proprietários. Todo mundo fala em irrigação, emprego, mas ninguém, nenhum político, principalmente aquele que apoia o projeto, comenta sobre a desapropriação.
O porquê disso todo mundo sabe, interesses próprios. Do que adianta implantar um projeto e ao mesmo tempo expulsar as famílias de suas terras, para colocar outras ou empresas, que no futuro vão ser patrões delas mesmas?
Seria muito mais justo e barato tentar manter essas famílias, adaptá-las em seus locais de moradia onde já produzem há séculos. Adaptar o projeto as condições reais dos moradores seria a forma mais inteligente e justa. Caso contrário, um projeto dessa magnitude trará muito mais consequências desastrosas, do que mesmo benefícios como emprega o DNOCS aqueles mais desavisados, que não ligam para o destino das famílias que até então não tem segurança para onde vão ou o que vão fazer da vida.
É hora de esquecer as questões políticas, de criticar partido A ou B e partir para o interesse principal que é a situação do povo, que é o que menos tem vez e voz para falar ou protestar. Por que não se unir neste momento e defender uma só causa? Que venha o projeto, mas que a princípio seja discutido, debatido e aprovado pela população apodiense em geral, afinal todos serão beneficiados ou prejudicados.
No dia 22 de outubro passado, o Jornal Nacional da Rede Globo, divulgou uma matéria sobre o abandono de quilômetros de canal em Icó/CE, sem funcionamento, manutenção ou qualquer fiscalização há mais de dois anos. Isto justifica nossa preocupação devido ao histórico de insucessos e descasos apresentados pelo DNOCS em projetos anteriores.
Portanto, é hora de agir com calma, um projeto dessa grandiosidade não pode ser executado sem esclarecer uma série de dúvidas de caráter socioeconômico, cultural e ambiental, que comprovam a insegurança e receio quanto a capacidade operacional do DNOCS, do tipo:
• O porquê do fracasso dos projetos anteriormente implantados como o de Tabuleiro de Russas/CE com a desapropriação de 14.000 ha, mas apenas 8% estão em atividade;
• A falência das empresas NOLE em 2008 e BELMONTE em 2010, deixando muitas dívidas com trabalhadores e fornecedores, além de inúmeros processos nos cartórios de Mossoró/RN e que leiloou uma frota de tratores em Fortaleza/CE, respectivamente;
• A situação dos ex-proprietários que vivem praticamente em favelas urbanas há quase 12 anos em Russas comprovada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, inclusive que alguns ainda não receberam a indenização prometida;
• A desativação dos projetos em Cabeça Preta/CE e Cabrobó/PE, em virtude do uso abusivo de substâncias químicas, onde boa parte das famílias desapropriadas está morando em favelas, marginalizadas, vitimadas pelas drogas, prostituição e violência;
• A desativação dos projetos de irrigação de Tibau e dos Sucos Maísa em Mossoró/RN, hoje transformados em assentamentos, com mais de 100 mil hectares de terra desapropriados;
• Investigar junto ao Tribunal de Contas da União, já que se trata de dinheiro público.
A alegação do DNOCS é que as propriedades são improdutivas, mas é fato que o município apodiense possui uma economia diversificada e em expansão, além de ser dotado de muitas riquezas naturais como:
• 2º solo mais fértil do mundo;
• Água potável mineral e abundante;
• Produção de calcário, granito, mármore, gás natural e petróleo (recebe quase meio milhão de reais mensais em royalties);
• Possui um dos maiores rebanhos de caprinos do país e é destaque também na produção de leite bovino, arroz, fruticultura, entre outras culturas;
• Destaque como maior produtor de mel de abelha do Brasil (IBGE), inclusive para exportação.
Consequências negativas com a implantação negligenciada do projeto:
• Redução da produção de mel pela aplicação de agrotóxicos em grande escala (inclusive pulverização aérea) no plantio dessas culturas, provocando a morte das abelhas e ao mesmo tempo indo contra os princípios da agroecologia.
• Poluição do solo e lençol freático;
• Agressão ao meio ambiente provocada pelo desmatamento: flora e fauna.
Lutar para adaptar o projeto não será exigir muito. Afinal, são 280 milhões de reais que estão em jogo, não 280 mil. Uma forma inteligente seria aproveitar este recurso fazendo o contrário, ou seja, torcendo que o projeto venha, mas adaptado a nossa realidade. Desta forma todos sairiam ganhando e com certeza apoiariam a causa. Com parte do dinheiro economizado com a não desapropriação de algumas áreas, por exemplo, poderia se investir exigindo do DNOCS itens não comtemplados no projeto, mas que já foram discutidos, como:
• A aquisição de kits de energia verde para baratear a produção, por que com a tradicional é praticamente impossível se obter lucro;
• A aquisição de lotes já instalados com equipamentos de irrigação, caso contrário, o futuro irrigante não terá recursos para o investimento inicial;
• Assistência técnica contínua, priorizando os profissionais locais, inclusive os recém-formados do IFRN que estão desempregados;
• Entre outros.
Enfim, negociar, dialogar, discutir, é uma alternativa muito mais inteligente do que ficar perdendo tempo disputando espaço político ou procurando culpados pela não assinatura da presidenta. Afinal, esses 100 produtores que hipoteticamente apoiam o projeto da forma como está, representam apenas uma pequena parcela das quase 8 mil pessoas da zona rural ou dos 35 mil apodienses em geral que serão direta ou indiretamente atingidos pelo projeto.
Que venha o progresso, mas de forma justa e racional!!!

4 Comentários:

Anônimo disse...

QUEM IA A NATAL NÃO ERA OS AGRICULTORES COMO DISSE O SECRETARIO, ERA OS CARGOS COMISSIONADOS PARA A PRESIDENTE PENSAR QUE OS AGRICULTORES ACEITAM ESTE MODELO DE PROJETO. KKKKKKKKK DEDO NS VENTAS PARA O PMDB E PT.

Anônimo disse...

e a turma da prefeita junto com ela se preocupa com esse povo?ei nois temos votos ,titulo de eleitor para dar o troco,não se preocupem.

Anônimo disse...

pobre população iludida essa de apodi, jamais mossoró deixaria isso acontecer.

Carlos Neto
Caraúbas.

Anônimo disse...

mais uma mentira da nova geraçao nao façan mais isso com o povo de apodi bando de mentirossos a mim vocES nao mim enganam mais esse canpos nao seran ingual as pesquisas de 2008 nao kkkkkkkkkkkk

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