quinta-feira, 30 de outubro de 2008

[leia] Curtas

BNDES volta a dizer que vai socorrer empresas
O governo precisa afinar o discurso sobre o que vai fazer para as empresas que tiveram prejuízos em operações de derivativos, ou seja, que perderam dólares ao apostar equivocadamente em uma valorização do real há algumas semanas. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já dissera que a instituição poderia ajudar essas companhias, o que foi negado dias depois pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e mais enfaticamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pois não é que Coutinho, após se reunir ontem com Mantega, voltou a falar de socorro aos que se deram mal com derivativos? O Globo registra a falta de sintonia no Planalto: "O anúncio do presidente do BNDES vai de encontro com o que tem dito o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. Ou ajuda ou não ajuda...

Projeto do Fundo Soberano é aprovado pela Câmara
A Câmara aprovou ontem à noite o projeto de lei que cria o Fundo Soberano do Brasil, uma espécie de poupança fiscal para aplicação em ativos externos. O fundo era o assunto preferido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, até que começaram a surgir os primeiros indícios da crise financeira global e a proposta caiu no esquecimento. Como informa o Valor Econômico, a oposição está preocupada com a aprovação e espera que o texto seja rejeitado no Senado. Talvez seja uma preocupação excessiva. A área econômica do governo parece totalmente voltada para aplacar a crise e não teria fôlego de desviar o foco para o tal fundo, que, aliás, só faz sentido incentivar num tempo de calmaria, não agora.

Gastos da União com obras do PAC caem 70%
Apesar de todas as evidências de que era preciso cortar investimentos, o presidente Lula vinha declarando, reiteradamente, que nenhuma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teria suas finanças afetadas. O discurso, porém, não está batendo com a realidade - pelo menos é o que mostra a Folha (para assinantes) em reportagem publicada nesta quinta-feira. O jornal diz que o ritmo de gastos com projetos do PAC caiu, em média, mais de 70% em outubro na comparação com meses anteriores, tomando como base números do sistema informatizado de acompanhamento das despesas do governo (Siafi). Cada ministério argumenta que a redução se deve a questões pontuais dos projetos, e não ao contexto da crise econômica global.

Ambiente
Em um mês, devastação da Amazônia cai 22%

Os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, em setembro, o ritmo de desmatamento da floresta amazônica caiu 22% em relação ao que foi medido em agosto. Mas as grandezas absolutas ainda são assustadoras, como informa a Folha (para assinantes): foram devastados, em setembro, 587,3 km² de matas, o equivalente a 40% da área do município de São Paulo. No acumulado de 2008, os desmatadores já varreram 6.268 km², quatro vezes a área paulistana. É muito, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pelo menos reconhece isso: "Está caindo, mas a redução é insuficiente, não fico contente, não lanço rojão”.

Educação
O ensino que vem do berço

O Estadão traz um estudo sugerindo que o ambiente familiar é responsável por 70% do desempenho escolar de um estudante, enquanto o contexto escolar influencia apenas 30%. A pesquisa, realizada pela Fundação Itaú Social, mostra que na equação para uma boa formação entram fatores como escolaridade dos pais, renda familiar, tipo de moradia e acesso a bens culturais. O estudo surpreende, pois sugere que melhorias no ambiente escolar - como educação pré-escolar, qualificação dos professores e uso do computador em sala de aula - têm impacto relativamente pequeno na formação dos alunos. A pesquisa deixa claro que, para melhorar a educação no Brasil, as políticas públicas devem promover uma integração maior entre o ambiente familiar e escolar, mas a influência aparentemente pequena da própria escola na educação não pode ser vista como uma licença para o sucateamento ainda maior das instituições.

Mundo
"Vamos mudar o mundo", diz Obama

Com um comercial de 30 minutos em rede nacional, que custou US$ 4 milhões, o democrata Barack Obama tentou, na noite de ontem, dar o golpe final em John McCain na disputa presidencial dos Estados Unidos. Para o The Washington Post, que recomendou o voto em Obama, o vídeo - que teve inserções ao vivo de um comício na Flórida - foi uma tentativa de acabar com as dúvidas dos eleitores e mostrar que "Obama está pronto para sentar no Salão Oval". Obama falou de suas propostas, prometeu resgatar a classe média e, sem citar McCain, atribuiu a crise econômica ao governo republicano de Bush. O momento alto do comercial foi o discurso ao vivo, no qual Obama afirmou que "juntos, vamos mudar esse país e mudar o mundo". O candidato democrata é um fenômeno de mídia e de arrecadação - que permitiu a veiculação desse programa. Só resta saber se será também um fenômeno de votos.

Obama recebe o apoio de Bill Clinton
O blog The Caucus, do The New York Times, destaca que a espera foi demorada, mas finalmente o ex-presidente Bill Clinton subiu ao palanque de Barack Obama e defendeu sua candidatura com empolgação. Com um enorme sorriso no rosto, Clinton afirmou que são quatro as razões para votar em Obama - sua filosofia, suas políticas, a facilidade para tomar decisões e a habilidade para levar mudanças à vida das pessoas. Muitos questionaram a ausência de Clinton no palanque nas últimas semanas, mas a aparição do "guru democrata" ao lado de Obama, a seis dias da votação, parece uma clara estratégia para reforçar a campanha democrata na reta final da eleição.

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