terça-feira, 26 de agosto de 2008

[leia] O Pessoal do Tarará leva espetáculo para Santo Antônio do Salto da Onça

O Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará cumprirá a terceira etapa da Caravana Sertão Oi de Teatro, com o espetáculo “A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró” na cidade de Santo Antônio do Salto da Onça – RN, no próximo sábado (30).

Duas etapas do projeto já foram cumpridas nas cidades de Montanhas e São Gonçalo, e nelas O Pessoal do Tarará apresentou o outro espetáculo, “O Inspetor Geraldo”. Desta vez, em Santo Antônio o espetáculo será a versão que o grupo fez para um dos maiores clássicos do teatro mundial, Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. Toda uma estrutura de palco, luz e som será montada no centro da cidade, a exemplo de todas as etapas anteriores e das que seguirão adiante.

O projeto pertence ao grupo natalense Quatro Cantos, que realiza com o patrocínio da Oi, e com outros artistas e grupos de teatro (Trota Mundos, O Pessoal do Tarará, o músico mossoroense Mazinho Viana, que faz parceria com Regina Maria, dentre outros artistas que ministram oficinas). “É uma verdadeira festa das artes, que agrada não só ao público das cidades, como a nós, artistas envolvidos, que acabamos participando de uma grande confraternização, já que devido aos inúmeros compromissos de cada um, não dispomos de muito tempo para batermos papo, trocarmos experiências, apresentar o nosso trabalho e ver o do outro também”, explica o ator Madson Ney.

A PEÇA - “A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró” é uma livre adaptação de um grande clássico do teatro: Cyrano de Bergerac, do francês Edmond Rostand (1868-1918), estreada em setembro de 2006, depois de um período de quase um ano de montagem.

Com adaptação e direção assinadas por Dionízio do Apodi, um dos fundadores do grupo, O Pessoal do Tarará privilegiou aspectos regionais, em seu espetáculo, o que fica claro com a presença de poesias do poeta mossoroense Antônio Francisco, e do saudoso violeiro Elizeu Ventania, também nascido no Rio Grande do Norte. No entanto, a direção trabalhou, durante o processo de montagem, o encontro do “erudito” com o “popular”, tornando a peça regional e ao mesmo tempo clássica. Isto é facilmente notado no texto, na interpretação dos atores, no cenário, nos figurinos, e até nos instrumentos musicais.

A encenação retrata um espetáculo com elementos eruditos (como uma referência à cena da janela, de Romeu e Julieta) mas ao mesmo tempo transforma, o que no texto original seria um duelo de espadas, num “repente”, onde dois personagens participam de uma disputa na batida do “coco” nordestino.

A música feita a partir da literatura de cordel e das canções do violeiro Elizeu Ventania, ganha uma roupagem diferente, com o elemento erudito, já que se incorporam nos arranjos sons de violino e piano (eruditos), que misturam-se com zabumba, a sanfona e o triângulo (instrumentos do forró nordestino). E esta musicalidade serve para pontuar os climas do espetáculo, como resultado de um trabalho de pesquisa musical, desenvolvido pelo grupo.

ROMANTISMO - A peça bebe no Romantismo, tendência que teve seu auge entre o final do século XVIII e o fim do século XIX, que deixa em evidência a emoção, o individualismo, e o sofrimento amoroso, principalmente. Por outro lado, também são fortes as referências aos antigos dramas circenses, da feira, da rua, da opereta.

O cenário é composto de cinco entradas, feitas por cortinas, e em formato arredondado, para dar a idéia de um circo, porém sofisticado. Os atores não usam as tradicionais coxias do palco italiano, mas aparecem pelas entradas, que ficam frontais à platéia. Outro elemento cênico importante é uma pequena escada com três degraus, que durante o espetáculo vai adquirindo outros significados, e formando símbolos. A escada serve para ajudar a mostrar os locais em que a cena acontece, servindo de tablado, trincheira, janela, jardim.

Nos figurinos, brilho, como nos circos. No entanto muita sofisticação, que é para tratar da falta de beleza, com a própria beleza. Os figurinos fazem uma referência à época de Cyrano de Bergerac, na França, mas também com traços nordestinos, potiguares.

SINOPSE - O espetáculo conta a história de Severino, que apaixonado pela sua prima Roxana, vê em sua falta de beleza (Severino é possuidor de um nariz extravagante) o maior empecilho para esta aproximação. Por outro lado, Roxana se aproxima de Severino e pede para que ele proteja Cristiano, um belo e jovem rapaz, por quem Roxana se diz atraída.

Ao se aproximar de Cristiano, Severino percebe que o belo rapaz não tem habilidade com as palavras, e aproveita para convencê-lo, de que os dois, juntos, poderiam conquistar o amor de Roxana. Severino com sua eloqüência, e Cristiano com sua beleza.

Mais informações no site www.opessoaldotarara.com.br

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