domingo, 29 de julho de 2007

[leia] Apodi escuta, mas também fala, aliás, grita.



Como toda cerimônia política, o espaço à palavra foi dado primeiramente a alguns políticos presentes, entre eles a prefeita de Mossoró Fafá Rosado, o prefeito de Parnamirim Agnelo Alves, seu filho Carlos Eduardo, prefeito de Natal e mais alguns outros e durante esse tempo a comitiva apenas escutava, mas já planejando o que seria dito em hora oportuna.

O momento não era propício aos anseios de Apodi, mas todos tinham a convicção de que a viagem até ali não seria válida se o documento não chegasse diretamente às mãos do presidente, e mais, não queríamos que Lula recebesse o documento de qualquer forma, queríamos que Hilderlon Lins, presidente do CEADDE fizesse a entrega pessoalmente.

De improviso, tínhamos que montar uma estratégia para furar o bloqueio dos policiais federais e ao mesmo tempo não poderíamos correr o risco de estragar a festa. Havia inclusive a preocupação de sermos confundidos com manifestantes contrários ao presidente e prejudicar também os deputados e o pessoal do PT que conseguiram a nossa entrada no auditório.

Das muitas idéias que surgiu, a que mais agradou e convenceu os alunos era gritarmos do lugar onde estávamos para que o presidente pudesse ouvir e receber o documento. Despachado o documento nas mãos de Fátima Bezerra, os alunos só esperaram o momento mais oportuno para levar o grito de guerra.

Quando a governadora Wilma de Faria começou o seu discurso, teve que interrompê-lo, pois aquela era a hora do povo de Apodi falar:

"Wilma, estamos aqui. Queremos a UFERSA em Apodi". Dito isso algumas vezes e depois de arrancar a atenção para o movimento, Apodi enfim permitiu o pronunciamento da governadora. Mas o momento ideal era na vez do presidente e assim fizemos.

Lula interrompeu seu pronunciamento por apenas dois motivos, uma vez em memória dos mais de 200 mortos no acidente com o avião da TAM e a outra para ouvir o pedido do povo apodiense:

"Lula, estamos aqui. Queremos a UFERSA em Apodi". Nesse momento Lula já havia recebido das mãos de Fátima Bezerra o documento reivindicatório, inclusive já o tinha lido ali mesmo, e respondeu ao povo apodiense:

"Calma, eu sei onde vocês estão, li o documento e já sei o que vocês querem...". Esse foi o maior trunfo que a delegação apodiense poderia receber depois de uma viagem de quase 400 km, afinal, o presidente da república tinha ouvido o grito de Apodi.

DeAssis Oliveira - ApodiBaixo doPano

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